sábado, 15 de janeiro de 2011

As Bruxas de Benevento, a Dança Invertida na Nogueira



É acho que estou vivendo em momento de contos, onde simplesmente deixo essa tela em branco levar meus dedos ligeiros a digitar qualquer coisa que me bata a mente, simplesmente fluir. Como deixei no orkut: hoje só existir me basta, deixo que o momento mostre o próximo caminho a seguir...
Sim, e isso é muito bom.
Fico pensando nos caminhos antigos, nas bruxas que viveram antes das eras cibernéticas, antes mesmo da terminologia bruxa ou bruxo, onde simplesmente eram vistas como mulheres sábias que conduziam e inspiravam o seu povo através de seus ritos sagrados a natureza, uma celebração constante a si mesmo e aquilo que compunha a vida de todo aquele povo.
Não eram elas pagãs, ou cristãs! Não eram elas wiccannas. Não eram elas aquilo ou o outro, não eram bruxas, simplesmente eram...eram mulheres, homens, seres humanos que conheciam a magia como força inerente e existente em cada gesto, ato e ser.
Não precisam de ritos ou marcas, não precisam de nomenclaturas ou hierarquias. Viviam e gozavam plenamente de suas faculdades como um dádiva, como os cinco sentidos, simplesmente a possuiam e praticavam aquilo como o ato de fazer um almoço ou caçar o almoço.
Creio que hoje para nós que nos dizemos bruxos, pagãos, sacerdotisas ou filhas da Deusa estamos e ficamos muitas vezes presos ao fato de que para sermos o que buscamos ser precisamos ter nomes e títulos, mas esquecemos que como antes ainda somos pessoas simples, normais e humanas que buscam a espiritualidade e a magia no contacto intuitivo com o ser.
Nomenclaturas são boas sim, como também é muito bom abrir o círculo mágicko com a ajuda de um Athame. Mas até que ponto é bom? Quando esquecemos que o Athame é dono do poder e nós somos apenas um utilizador dele? Somos mais bruxos quando estamos com nossas túnicas, Athames, anéis de prata e colar de pentagrama? Será que toda essência da bruxaria, da Deusa e do ato de ser bruxa se exprime na palavra da mesma ou então todo o conceito existe em cinco letras: WICCA? Ou será que tudo isso deve ser visto como pontos de partida para algum lugar que no fundo não precisa de nomes mas existe independente de tal nome?
Eu quero de volta aquelas bruxas, aquelas mulheres, aqueles homens e aqueles seres humanos que acreditavam na chegada do verão que vinha através de seus rituais simples, através daquelas libações a terra acreditando que somente assim o verão chegaria pois eram eles parte daquela energia do verão.
Eu quero ver mulheres nuas e homens nus danaçando nas florestas, correndo livres sem pudores e moral cristã imbutidas nele. Quero gente dançando, celebrando o riso como ritual máximo da alegria. Quero ver casais de todos os tipos se casando em pleno altar da natureza. 
Estou farto de túnicas, de anéis, de hierarquias ou de nomes. Embora sei eu que tais nomes nos indentificam de que certa forma nos une como um povo. No entanto não quero que tais coisas se sobresaiam acima do desejo de liberdade a ponto de achar que a magia é algo que você faz e não algo que se é!
Quero poder ir até Benevento, e lá nos bosques dançar nú envolta da nogueira sagrada de Diana.

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