Desde há sua origem, quer dizer, desde a sua conscientização como força a ser exercida e utilizada em prol da humanidade e do ser humano a magia, religião e a espiritualidade trouxe toda uma gama de rituais e ritualísticas, as vezes mirabolantes outras vezes simples. Mas sempre houve a noção de se trabalhar o espiritual por meio de rituais. Na magia não é diferente em nenhum aspecto, muito embora exista uma grande dificuldade de se separar o religioso do processo magístico. Para tanto precisamos compreender a verdadeira função do ritual. Creio que ja abordamos tais temas em alguns de nossos posts mas acho legal poder retomar tal assunto para que assim possamos entrar no tema em si deste post. Todo processo ritualístico esta intimamente ligado com o símbolos internos; note que estamos tratando deles, os rituais, de uma maneira mais psicológica. Vamos tentar nos ater nesse aspecto e não no seu papel energético que também possui um aspecto simbólico no entanto um pouco mais subjetivo que o primeiro. Cada símbolo de um ritual, entenda como símbolos desde gestos, palavras, imagens, instrumentos...cada um deles possui um aspecto interior que nos liga ou nos faz pensar em ligar ao que estamos buscando espiritualmente. Também tais símbolos em um proceso de começo, meio e fim trazem também uma carga psicológica mais forte existindo assim a cerimônia para que de fato nos sintamos ligados aquilo que estamos buscando. Isso pode parecer um pouco confuso no contexto pagão, porque podemos usar tais exemplos de alteração de estado de consciência para um estado mais sutíl o ato de entrar em um determidado templo e fora dele nossa consciência esta "mundana". Analisando isso através de uma visão pagã de mundo onde o sagrado esta em tudo fica incoerente, eu sei! Mas note que precisamos de tal sentido pois o fato não esta em separar a realidade mundana da realidade sagrada mas esta em usar um determinado símbolo para poder compreender que a partir daquele momento estamos conscientes daquele fato. É claro que isso se aplica a noção de uma visão mais pagã do mundo e do sagrado. Compreendendo tal fato entramos na discussão do post em si. As vezes os símbolos se tornam mais importantes do que o seu objetivo, as vezes nos esquecemos de que eles são apenas veículos e não os fins daquilo tudo e ai que mora a grande confusão de que devemos começar a separar. Na magia cermionial, como nome ja diz, todo o ritual é uma extenção de cerimônias intermináveis em que o praticante faz para chegar até o objetivo magístico/religioso. A questão em si não é mais nem na cerimônia mas na sua funcionabilidade. A funcionabilidade de símbolos é tão importante quanto a primeira, mas parece que muitos bruxos de hoje se esqueceram de tal coisa. Fico vendo as vezes que muitos deixam de celebrar um determinado Sabbáth por não ter uma determinada cor de vela ou por não poder fazer uma verdadeiro Sabbáth Gardneriano! Isso é um absurdo completo. Como pagãos e filhos da Deusa precisamos compreender a aprender a trabalhar com o que temos em mãos e jamais devemos abrir mão de nosso maior instrumento que é o nosso ser. Devemos lembrar que a magia não é algo que você faz e sim algo que si é. Mas creio que um começo em um caminho iniciático mais formal na Arte, com um pouco mais de cerimônia é importanta para que a mente assimile tais símbolos e os agregue aos poucos a vida espiritual e a vida em um sentido total. Creio que precisamos rever certos conceitos ritualísticos e encontrar importâncias e funcionabilidade, temos que reconhecer que certas coisas não são funcionais e outras são. Isso ocorre de indivíduo para indivíduo. Porém quando deixamos de celebrar um determinado ritual ou pensamos que não podemos nos ligar a Deusa por que não temos determinado aspecto simbólico de um rito, pare e repense tudo o que você compreende como bruxaria e espiritualidade. Reveja se isso é importante. Mas lembre-se nós precisamos mais disso do que a espiritualidade precisa para que nos toque!
É acho que estou vivendo em momento de contos, onde simplesmente deixo essa tela em branco levar meus dedos ligeiros a digitar qualquer coisa que me bata a mente, simplesmente fluir. Como deixei no orkut: hoje só existir me basta, deixo que o momento mostre o próximo caminho a seguir... Sim, e isso é muito bom. Fico pensando nos caminhos antigos, nas bruxas que viveram antes das eras cibernéticas, antes mesmo da terminologia bruxa ou bruxo, onde simplesmente eram vistas como mulheres sábias que conduziam e inspiravam o seu povo através de seus ritos sagrados a natureza, uma celebração constante a si mesmo e aquilo que compunha a vida de todo aquele povo. Não eram elas pagãs, ou cristãs! Não eram elas wiccannas. Não eram elas aquilo ou o outro, não eram bruxas, simplesmente eram...eram mulheres, homens, seres humanos que conheciam a magia como força inerente e existente em cada gesto, ato e ser. Não precisam de ritos ou marcas, não precisam de nomenclaturas ou hierarquias. Viviam e gozavam plenamente de suas faculdades como um dádiva, como os cinco sentidos, simplesmente a possuiam e praticavam aquilo como o ato de fazer um almoço ou caçar o almoço. Creio que hoje para nós que nos dizemos bruxos, pagãos, sacerdotisas ou filhas da Deusa estamos e ficamos muitas vezes presos ao fato de que para sermos o que buscamos ser precisamos ter nomes e títulos, mas esquecemos que como antes ainda somos pessoas simples, normais e humanas que buscam a espiritualidade e a magia no contacto intuitivo com o ser. Nomenclaturas são boas sim, como também é muito bom abrir o círculo mágicko com a ajuda de um Athame. Mas até que ponto é bom? Quando esquecemos que o Athame é dono do poder e nós somos apenas um utilizador dele? Somos mais bruxos quando estamos com nossas túnicas, Athames, anéis de prata e colar de pentagrama? Será que toda essência da bruxaria, da Deusa e do ato de ser bruxa se exprime na palavra da mesma ou então todo o conceito existe em cinco letras: WICCA? Ou será que tudo isso deve ser visto como pontos de partida para algum lugar que no fundo não precisa de nomes mas existe independente de tal nome? Eu quero de volta aquelas bruxas, aquelas mulheres, aqueles homens e aqueles seres humanos que acreditavam na chegada do verão que vinha através de seus rituais simples, através daquelas libações a terra acreditando que somente assim o verão chegaria pois eram eles parte daquela energia do verão. Eu quero ver mulheres nuas e homens nus danaçando nas florestas, correndo livres sem pudores e moral cristã imbutidas nele. Quero gente dançando, celebrando o riso como ritual máximo da alegria. Quero ver casais de todos os tipos se casando em pleno altar da natureza. Estou farto de túnicas, de anéis, de hierarquias ou de nomes. Embora sei eu que tais nomes nos indentificam de que certa forma nos une como um povo. No entanto não quero que tais coisas se sobresaiam acima do desejo de liberdade a ponto de achar que a magia é algo que você faz e não algo que se é! Quero poder ir até Benevento, e lá nos bosques dançar nú envolta da nogueira sagrada de Diana.
Hoje não quero passar um conhecimento direto, preciso e filosófico sobre a Arte. Hoje simplesmente quero usar esse espaço para poder manifestar algo que venha simples e diretamente do meu Caldeirão Interno.
O dia me acordou habitualmente e rotineiro, simplesmente no mesmo horário e do mesmo jeito. As mesmas conversas ao fundo, na cozinha dizendo comentários frívolos sobre a vida. Atorduado e com a cabeça ainda em um plano meio onírico meio real, levantei cambaleante deixando minhas pernas treinadas me conduzirem até o banheiro. Lavei o rosto, mirei minha face pálida que é quando acordo. Analisei a pequena bomba do dia seguinte, para ver o que teria de limpar na casa. Tomei meu café, quem sabe o seu negro suco quente me faria acordar ligeiramente. E o fez, sai logo em seguida com o guarda-chuva protegendo inutilmente o meu corpo que recebia caridosamente cada gota fria de chuva. Pensei, a manhã começou diferente, nem sempre busco leite na padaria debaixo de uma chuva cálida como aquela. Pedi o leite, fiz um elogio a uma roupa ligeiramente excêntrica da moça que me atendeu. Entreguei-lhe aquele valor simbólico de papel e o recebi em troca. Sai, voltei a minha casa. E meio que perdido preso em algum lugar entre o sono e a chuva comecei a limpar a casa. Meio afoito fui colocando cada coisa desarrumada em seu lugar de origem, com a esperança inútil de que permaneceriam ali eternamente e que ninguém, nenhum um ser seria capaz de desarrumar pois eram só uma imagem ilusória tanto quanto esse pensamento. Lavei o banheiro, salvei-a de uma catástrofe no ralo do chuveiro. Depositei o pequeno e comprido inseto, enrolado e inerte em minhas mãos molhadas na janela. No lado de fora, pensei eu, ela poderia respira e resolver se queria viver ou morrer ali parada. Aquele pequeno gesto rápido e segundàrio me fez refletir. A Deusa estava presente na água quente que lavava o banheiro. Ela estava presente na água quente que afogava a cemtopéia. Ela estava presente no meu olhar atento e em minhas mãos habilidosas que salvou aquele ser que deveria estar condenado a uma morte frígida e nada natural. A Deusa me fez pensar nisso tudo. Poderia deixa-la morrer, mas eu resolvi salva-la. Poderia ter acordado e em vez de ir buscar leite de manhã poderia eu ter ido buscar a tarde. Tantos pensamentos miraculosos me fizeram refletir sobre a questão do agora, da dádiva do dia de hoje e por ser uma dádiva chamar-se presente. Calculei intuitivamente e quase que quânticamente tal pensamento absurdo tentando em uma ligeira mente aborvida de sono e realidade dizer a mim mesmo que o tempo era uma ilusão de etapas cumpridas e que ele simplesmente so existia por que viamos o Sol e a Lua dançarem com o movimentos no espaço, criando essa ilusória noção de dia e de noite. Marcando infinitamente o ponteiro de um relógio desigual e igual ao menos duas vezes ao dia com todos do mundo que corria feito louco em prol dele e por ele. E por fim me aquietei! Terminei de limpar a casa. Resolvi não pensar em mais nada daquilo, simplesmente resolvi existir. Simplesmente deixei me levar pelo tempo, pelo presente e pelo agora. E o agora me pede para aquietar-me, olhar a lua crescente interna dentro de mim. Revirar meu caldeirão interno e ver o que consegui cozer até agora...e depois, só depois de bem cozido poder provar...
O conceito de pão/ bolo e vinho, como sangue e carne da divindade vem de muito longe. Esses são símbolos do caminho da comunhão através do alimento, esse sempre foi um rito muito mais pagão do que cristão em si. A sua essência é ampla. Sua ritualística, porém, é simples dentro do corpo do ritual, seja ele um Esbáth ou Sabá é muito importante, pois o seu conceito é de compartilhar tanto com as forças externas, como as internas com o símbolo de alimento e saciação da alma por meio deste.
O Rito do Bolo e da Cerveja, ou do pão e do vinho, como preferir, é um ato de comunhão com as duas forças da Deusa, em outras tradições o vinho representava a Deusa por causa de sua cor avermelhada, relacionada ao sangue menstrual das mulheres, enquanto que o pão representava o Deus.
Carne e Sangue, alimento e bebida, satisfação e saciação. Ambos são aspectos a serem explorados nessas forças e poderes. Este rito também trás os mistérios da transmutação das coisas, já que é preciso haver fermentação para ocorrer a produção do pão, bolo e do vinho. Por isso também ele traz a essência do tempo daquilo que só é saboreado com a paciência.
A bruxaria é uma religião da natureza, ela não nega as necessidades humanas, ela as torna sagrada e o ato de comer e beber para um bruxo é um ato amplo e cheio de poder. Todo alimento que é ingerido por nós deve ser compreendido que já foi vivo, e trás sua parcela de energia a nossa vida. Aquela frase que diz que somos o que comemos, não é tão exagerada, ela é de fato uma verdade.
Alimentar-se é um ato de crescimento e obtenção de energia, é quando se prova que a vida depende da vida para sobreviver. A razão deste rito é buscar essa essência e sacralizar este ato, pois todos os atos de amor e prazer são os rituais da Deusa.
O conceito deste rito também esta no lado espiritual, já que o Bolo representa o alimento espiritual que nos nutre, ou seja, ele é a essência dos mistérios da arte que são como alimentos que saciam nossa fome.
Enquanto que a Cerveja é um símbolo de saciação da sede, a sede do conhecimento, das coisas que nos inspiram, ou seja a Deusa em si. Para celebrar o Rito do Bolo e da Cerveja, não é necessário usar literalmente esses, mas saiba apenas que são nomes simbólicos dados, tradicionalmente devemos usar Vinho e Pão, mas podemos usar biscoitos e leites, suco e bolo, vinho e bolo, pão e suco. Como preferir, até água e um pão feito a base de sal, farinha e água. O importante é o simbolismo que o rito trás. Creio que refrigerantes e outros alimentos muito industrializados fogem um pouco, mas também nada o impede de tentar e sentir como será sua energia, mas creio que não se pode fugir tanto do contexto do Rito. A cerimônia deste ritual é bem simples, é quase como uma benção mágicka, e você pode usar esse alimento como oferendas de libações aos Ancestrais, Guardião e a Deusa.
Já que estamos abordando um tema ritualístico que esta ligado diretamente à alimentação, vamos falar dela.
A Religião da Deusa, como disse acima, é uma religião que celebra todos os mistérios e atos da vida, tudo é visto como sagrado. O bruxo tem consciência de que tudo deve ser tomado com respeito e devolvido com respeito, isso não é so uma maneira bonita de viver, mas é um ato de honrar uma parte sua, pois você também é alimento para muitos seres, pelo menos é fonte de alimento, como a mãe que da de seu próprio leite afim de que seu filho cresça.
Há muitos bruxos que são vegetarianos, essa tradição não exige isso, o conceito do vegetarianismo é muito bonito e sincero em amor, porém ele não é melhor ou superior aos que comem carne.
Creio que a função é comermos tudo o que nos faz bem com consciência, desde uma planta até um animal, tudo deve ser ingerido para nós com muito respeito, gratidão e propósito. Lógicamente também que devemos comer algo por prazer, mas quando o prazer torna-se gula isso pode ser um risco e é um ato de desrespeito. Não que a gula em si seja um ato “pecaminoso”, mas sabemos que o ato de comer ou beber algo demasiadamente não nos trazem benefícios, creio que não seja uma questão de erros ou acertos referentes a uma religião. Mas sim uma questão de bom senso.
Devemos sim, comer sem culpa e sermos felizes. Comer com consciência é um ato de poder, ampliar sua consciência a todos os níveis de energias que nos alimentam. Assim como o ato de preparar um alimento, seja para ritos ou não, deve ser encarado como um ato sagrado. Pois ali acontece uma mágicka alquimia, onde os elementos da natureza juntam-se no caldeirão e formam algo totalmente bom.
Não é necessário preces na mesa, mas se quiser faça, mas somente o fato de compreender que o alimento é algo sagrado e ingeri-lo com esse consentimento já torna sua consciência plena em poder.
Precisamos ser frios e analisar esses conceitos, precisamos saber o valor da abundância e reconhecer que a fome e a miséria são facetas opostas destas, mas são facetas que nos ajudam a reconhecer o ato de comer.
A carne em si, seja ela de qualquer origem animal, é um alimento pesado, pois demora mais para ser digerida e às vezes carrega carga de medo e sofrimento do animal abatido, por isso deve-se reconhecer esses aspectos e evitar comer carne em ritos que, por exemplo, você vai acessar reinos sutis, ou quando for fazer viagens internas.
Um alimento pode tornar-se mágicko, ou seja, ele pode carregar um propósito ao ser ingerido. A magia compreende isso e usa isso em seu benefício. Quando ingerimos alimento mágicko, estamos trazendo para nosso interior algo que queremos externisar por meio da magia. Associações de alimentos e bebidas existem a muito na tradição mágicka pagã, e deve ser encarado como um exercício de alquimia diária para um bruxo.
Existem alimentos que são ígneos como o alho, pimenta, etc. Outros que trazem os poderes da terra, que são as raízes como a mandioca. Outros ainda trazem poderes afrodisíacos, como o chocolate, a canela e etc.
Quando esses elementos misturam-se formam um outro, assim sendo cria-se toda uma energia correspondente a algo que se queira atingir. Você pode enfeitiçar alimentos com o poder do seu intento, usando cânticos, gestos, palavras e imposições de mãos enquanto o prepara, para torná-los mais sagrados você pode fazê-los em seu caldeirão e meche-los com uma colher de pau apropriada. Sendo assim cada receita pode tornar-se um poderoso feitiço. Segue-se abaixo uma correspondência básica de alimentos relacionados à Arte, seus poderes estão de acordo com sua função descrita.
*Bebidas Sagradas a Deusa, Ancestrais e Espíritos:
Vinho Tinto Suave ou Seco, Leite, Mel, Hidromel, Cerveja Escura, Whisky, Licor, Água, Sucos Cítricos e de Uva.
*Alimentos a Base de Farinhas, representando a fertilidade da terra e da Deusa:
Pães de Centeio, Pão Integral, Pães Doces, Roscas salgadas e doces principalmente aquelas em formas de Triskeles e Rodas entrelaçadas, Bolos, Torta de Maçã, Brownie, Panetones, Biscoitos em formato de estrelas e luas.
*Raízes, relacionadas com o poder telúrico da Deusa:
Mandioca, Beterraba, Batata, Gengibre
*Grãos sagrados a Deusa, representando abundância, fertilidade e prosperidade, assim como vida e nascimento:
Arroz, Centeio, Feijão, Trigo, Cevada, Milho.
*Animais relacionados a Deusa, sendo assim cada animal possue um aspecto de poder:
Aves, Peixes, Caprinos, Bovino e Suínos.
OBS: Vale lembra que, todos os alimentos são sagrados a Deusa, porém alguns se destacam por seu longo uso nas práticas antigas pagãs, mas nada lhe impede de usar outros alimentos que não foram descritos aqui!
Outra coisa que se deve ressaltar é que esta bruxaria, como a Wicca em geral não se faz uso de sacrifício de animais, quando a carne e sugerida em um ritual deve-se entender que o animal é abatido antes do ritual e somente a carne dele é levada sendo cozida antes. E seu sangue não é utilizado de modo algum, porém há feitiços que se podem utilizar da carne, mas sem sacrificar diretamente o animal.
Deixo a vocês uma receita de Brownie de Chocolate e um de Capucci, aproveitem!
Dyonisio Bacante. Texto extraído do meu Livro, O Êxtase da Deusa.
"Uma mulher forte é aquela que sente profundamente e ama bravamente. Suas lágrimas fluem tão abundantemente quanto o seu riso. Uma mulher forte é tanto terna quanto poderosa. Ela é ao mesmo tempo prática e espiritual. Uma mulher forte em sua essência, é um presente para o mundo."
...uma mulher forte é acima de tudo aquela não nega sua fragilidade, aceitando-a, enquanto luta para encontrar sua força nas profudezas do seu ser... A PERSISTÊNCIA VALE A PENA, NOS ACHAREMOS NOSSO LUGAR NO MUNDO, LUGAR DE MULHER PRA MULHER
(...)É essa a promessa da psique selvagem para todos nós. Mesmo que tenhamos
apenas ouvido falar de um maravilhoso mundo selvagem ao qual um dia
pertencemos, apenas vislumbrado esse mundo ou sonhado com ele, mesmo que até agora nós ainda não o tenhamos tocado ou apenas o tenhamos tocado
momentaneamente, mesmo que nós não nos identifiquemos como parte dele, a
recordação desse mundo é um farol que nos guia para o lugar ao qual pertencemos, pelo resto de nossas vidas. No patinho feio, um sábio anseio surge quando ele vê os cisnes alçando vôo pêlos céus, e a partir desse único acontecimento sua lembrança daquela visão lhe dá sustento.
Trabalhei com uma mulher que estava muito perto do seu limite e pensava em
suicídio. Uma aranha que tecia uma teia na sua varanda chamou sua atenção. Não saberemos nunca exatamente o que na atividade do pequeno inseto foi capaz de quebrar o gelo que circundava sua alma para que ela pudesse se libertar e voltar a crescer. No entanto, estou convencida, tanto como psicanalista quanto como cantadora, que muitas vezes são as coisas da natureza que têm maior capacidade de cura, especialmente aquelas muito simples. Os remédios da natureza são poderosos e diretos: uma joaninha na casca verde de um melão, um tordo com um pedaço de barbante, uma planta do mato em flor, uma estrela cadente, até mesmo um arco-íris num caco de vidro na rua, qualquer um deles pode ser o remédio adequado. A persistência é estranha: ela exige uma energia tremenda e pode se abastecer por um mês com cinco minutos de contemplação de águas calmas.
É interessante salientar que, entre os lobos, não importa o quanto esteja
doente, não importa o quanto esteja acuada, o quanto esteja só ou enfraquecida, a
loba persiste. Ela corre mesmo com a perna quebrada. Ela se aproxima dos outros à prócura da proteção da matilha. Ela se esforça ao máximo para superar na espera, na astúcia, na velocidade ou na duração da vida aquilo que a esteja atormentando. Ela dedicará todas as suas forças a respirar bem. Ela se arrastará, se necessário, igual ao patinho, de um lugar para o outro até encontrar o lugar certo, um lugar benéfico, em que possa se recuperar.
A principal característica da natureza selvagem é a persistência. A perseverança. Isso não é algo que se faça. É algo que se é, em termos naturais e inatos. Quando não temos condição de vicejar, seguimos adiante até podermos voltar a vicejar. Seja o nosso isolamento originado de um afastamento da nossa vida
criativa, seja uma cultura ou uma religião que nos rejeitou, seja um exílio da família, um banimento de um grupo, seja a imposição de sanções a nossos movimentos, pensamentos e sentimentos, a vida selvagem profunda continua, e nós persistimos. A natureza selvagem não é natural de nenhum grupo étnico específico. Ela é a natureza essencial das mulheres do Daomé, dos Camarões e da Nova Guiné. Ela está nas mulheres da Letônia, dos Países Baixos, de Serra Leoa. Ela está no cerne das mulheres da Guatemala, do Haiti, da Polinésia. Digam o nome de um país. De uma raça. De uma religião. De uma tribo. Digam o nome de uma cidade, de uma aldeia, de um solitário posto fronteiriço.Todas as mulheres têm isso em comum: a Mulher Selvagem, a alma selvagem. Todas elas continuam a tatear em busca do selvagem e a segui-lo.
Por isso, se precisarem, as mulheres pintarão céus azuis nas paredes da prisão.
Se a meada se queimou, elas fiarão mais. Se a colheita estiver destruída, elas farão outra semeadura imediatamente. As mulheres desenharão portas onde não houver nenhuma. E elas as abrirão e passarão por essas portas para novos caminhos e novas vidas. Como a natureza selvagem persiste e triunfa, as mulheres persistem e triunfam.
IN MULHERES QUE CORREM COM LOBOS - Clarissa Pínkola Estés
É isso ai gente, agora estamos em podcast também. O conteúdo é o mesmo a unica diferença é que agora podemos estar mais próximos além de trocar informação e conhecimento escritos, agora estaremos juntos com músicas, conversações e muitas outras coisas. Confira, o link do Podcast está ai! Bençãos eternas da Deusa! As Bacantes!
Eu sempre tive certa dificuldade em criar artigos com minha opinião, então de mim nunca vem nada pré-definido. Talvez isso venha da dificuldade de definir a mim mesma ou algo muito maior que é o meu amor e minha servidão a Grande Deusa. O que sei é que a vida é a guia de todas nós e eu cheguei a uma altura da minha própria maturidade em que finalmente compreendo que não são os signos, astros, forças ou deuses, mestres ou pessoas que me definem e sim a mim mesma e de certa forma minhas ações e ideias.
Este é um conceito libertador. Não se culpar pelo que se é realmente, pois nós somos a imagem da Deusa e embora não sejamos perfeitos, em cada um de nos a esta centelha da Mãe Divina. Por milhares e milhares de milénios, anos e séculos, homens e mulheres se reuniram em volte de fogueiras em grutas, em círculos de pedra, em santuários e nos nichos de suas casas para reverenciar a Mãe de Toda a Vida. Por várias sociedades diferentes a Deusa passou e mostrou Suas Faces e formas para a humanidade e apesar de todo mal que o patriarcado causou, está dádiva e esta antiga força se preservou como Fonte e Origem da vida, como a Deidade Original, a primeira forma divina cultuada pela humanidade deis da noite dos tempos. O tempo passou e chegamos uma era de mais liberdade e igualdade de direitos entre homens e mulheres.
O tempo passou e pessoas de diferentes sexos, raças, religiões e origens se reúnem agora e em nome do amor se juntam sob o signo da Deusa em busca de compreensão e carinho.No meio dessa caminhada conhecemos as faces terríveis e sangrentas da Deusa e é ai que a maioria desiste.
Mas alguns de nós lutam contra sua própria sombra em busca da alma, e como as antigas sacerdotisas em procissão, mergulham no lago da vida, no oceano do tempo, no Útero da Deusa. E ai ainda é só o começo do caminho. Mas quem bebe dessa água sabe que jamais se saciará em outras fontes. Quem sabe e sente a Deusa sabe o quanto ela é impressionaste e o quanto Seu amor e dádivas são gratificantes, o quanto Seu êxtase é necessário para nossa alma, como o leite e necessário para o desenvolvimento do bebe. Nesse caminho que é o Serviço Sagrado à Deusa nenhum de nós pode julgar seu próximo (embora possamos discordar dele e defender nossas opiniões) pois cada um é seu próprio sacerdote e sacerdotisa. Somos milhares de pessoas que acreditam numa antiga deidade feminina por vezes acompanhada de Seu Consorte e por vezes não. E é mais ou menos ai que muito homens embirram quando vêem a Deusa Una solitária no comando do seu trono escuro... Uns acusam os outros de excesso de feminismo e que isso causará um desequilíbrio energético. Para mim isto é apenas um machismo disfarçado que infelizmente ainda continua existindo na wicca e em outras religiões que também adotam uma postura matrifocal. Na minha opinião em vez de procurar nas diferenças algo que nos desuna devemos nelas buscar a harmonia para que como irmãos possamos trilhar esse caminho em direção a Mãe. O patriarcado está ai para aproveitar qualquer oportunidade que dermos para se reestabelecer como o maior e único sistema cultural, social e religioso da Terra.
Cabe a cada um de nós permitir isso ou não. Esse ano que se foi vi muita gente da wicca criticar a nossa nova presidenta durante as eleições sem nem ao menos procurar saber sobre o seu trabalho e ética. E mesmo assim ai está uma mulher governa novamente nesta terra onde um dia as matriarcas e rainhas indígenas governaram antes que o patriarcado surgisse e fosse estimulado pelos portugueses e religiosos cristãos que chegaram a esta terra de gente inculta e primitiva...Pelo menos era assim que pensavam os estrangeiros e creio eu, muitos ainda sim pensam. Da que pra frente vamos falar menos e agir mais?
Vamos parar de culpar os outros pelos nossos erros e vamos respeitar o próximo?
Vamos deixar as mulheres serem livres
E deixaremos de agir de modo machista, ainda que inconscientemente...
Vamos respeitar aqueles que são diferentes....Vamos respeitar todos porque todos são diferentes!
Eu não sei você mas eu vou. Ou pelo menos vou me esforças para melhorar a mim, par me sentir digna de viver nesta terra maravilhosa que é o Brasil.
A bruxaria como uma das vertentes da Religião da Deusa e da honra ao sagrado feminino é uma religião e um caminho espiritual, no qual honra-se cada aspecto da vida como sagrada. Não existe o mais sagrado ou o mais profano dentro do Craft. A matéria não é renegada no lugar do espírito e nem o material se sobressae a ponto de esquecermos de valores e virtudes espirituais. Pelo contrário, tudo é uma dança de equilíbrio mas o equilíbrio não é algo extatico e contemplativo e imparcial. Ele é uma dança de sobreposições de partido. Uma hora honramos algo e outra hora outro, dessa forma honrando sempre os dois lados. Como qualquer outra religião, a bruxaria sofreu influencias de muitas outras espiritualidades em sua adaptação no cotidiano moderno. Isso até certo ponto trouxe até mais esclarecimento sobre práticas nas quais utilizamos hoje. Sendo que ela se tornou e é uma Arte viva e complexa. Porém alguns aspectos de outras religiões parecem nem um pouco com o real sentido do caráter de Religião da Deusa. Nas antigas sociedades matrifocais o sagrado estava em tudo. O mundo, a terra, sol, lua tudo era visto como um grande aspecto do divino, nesse caso a Grande Deusa Mãe. Esse é um dos aspectos que nos liga ao arquétipo divino da Mãe Terra. Com isso, essa ligação profunda pertencente ao corpo divino da Deusa, entramos em uma das leis conhecidas e trabalhadas nos Crafts da Wicca, o conceito da Lei da Imanência no qual demonstra de uma maneira mais técnica e não tão subjetiva o conceito do corpo divino e nossa ligação com ele como parte dele e parte nossa. A Lei da Imanência é o corpo da Deusa, a Deusa não é só uma personalidade uma divindade antropomórfica, distante e distinta de tudo aquilo que é humano ou mortal. Ela, a Deusa é também a mortalidade como é o seu conceito de ciclo eterno de renascimento e imortalidade. Somos terminais desse grande corpo divino, células a parte compondo um outro cosmos dentro de um grande macrocosmo. Tal reconhecimento separa nossas crenças de grandes religiões predominantes, até por que muitos vêem o divino como algo distinto do homem. No qual muitas vezes tentam alcançar renegando até mesmo os aspectos humanos e não os celebrando. Uma coisa clara esta na própria desacralização da sexualidade que foi relegada a um lugar tão profano quanto um sentimento vil. Tudo por que a Terra, o corpo e tudo aquilo que é visto e sentido é criação de uma determinada divindade. Vêmos isso tudo então a partir deste ponto de vista como uma separação. Criador e Criatura, ambos são coisas completamentes diferentes dentro desse contexto de religião. O que acontece ao contrário disso na bruxaria e na religião da Deusa! A Deusa ou o Grande Espírito é ao mesmo tempo criador e criatura, pontos de criação e pontos terminais da Criadora. Todo esse conceito aumenta até o nosso conceito de responsabilidade pessoal e o poder que temos sobre a vida. Como bruxos, reconhecemos que o ato de destroir uma floresta ou poluir águas é um ato profano, pois estamos profanando o corpo da Deusa e Ela não nos deixa sem resposta. Pois existe uma lei, a Lei do Triplo Retorno. Tal conceito também não pode jamais ser encarado como punição divinda. Tudo é reativo na natureza, tudo tem uma ação/reação igual ou oposta amplificada pelo poder circular de seu retorno. Tudo, qualquer ato gera poder e volta para o seu criador pois somos criadores do mundo a nossa volta, e como a Deusa somos partes daquilo que criamos. Ou seja, tudo aquilo que podemos conceber e concretizar em atitudes já existe e possui vida, são terminais de nossos próprios seres! Então tal noção de pecado ou profano cai por terra dentro da bruxaria, um bruxo não tem tal crença, apenas dizemos. Se quiser evitar os efeitos evite as causas do mesmo! Simples, direto e lógico. Tanto também que não somos uma crença que dá a outra face para bater, não levamos flores a alguém que só nos deseja destruir. Muito embora podemos e queremos transformar essas atitudes mas não perdemos tempo com quem não se interessa. O que ele criou voltara para ele, o Universo também não dá a outra face embora ele oferece a todos contemplação de atitudes e promove a mudança a partir disso! Então com todos esses conceitos já ditos entramos no ato de sacralizar os atos da vida. Isso é um ato de imenso poder e importância. Todos os dias o nosso cotidiano parece nos consumir com o tempo e noção de espaço, as vezes fazendo nos perder a consciência do que estamos fazendo. Isso é natural, as vezes nossa mente precisa entrar em um estado semi-despertado para trabalhar com mais velocidade. Mas isso também pode nos consumir de maneira destrutiva. Sacralizar as coisas de nosso dia-a-dia não só nos liga ao Todo, a Deusa. Mas nos liga a nós mesmos a nossa consciência de estarmos e vivos e celebrar aquilo. A importância de sacralizar, por exemplo, uma refeição nos liga inconscientemente a uma noção abrangente e consciente do que estamos comendo e por que estamos comendo. Consciência é tudo na bruxaria. Para tais sacralizações surgem rituais. O ritual é um importante aliado na vida humana. Ele trás conceitos psicológicos profundos em nosso ser e não podemos substimar tal ato. Pois ele trabalha sobre nós em nível neurológico reconhecendo a atitudes subjetivas. É a maneira que encontramos de tornar concreto aquilo que só existe em planos sutis e mentais. Mas jamais devem em um nível mal compreendido ser encarados como literais. Como por exemplo, o Cálice representa em ideologia o conceito de útero e vulva da Deusa Mãe. Trás todo o sentido e poder dessa idéia, ele exprime tudo isso sem precisarmos dizer isso. No entanto ele não é o utero da Deusa. Reconhecer tal conceito também nos ajuda a sacralizar os momentos de nossa vida. O ritos de passagem Wiccannos também nos ajudam a sacralizar etapas de nossa vida, dando valor de mistério e reconhecimento de cada etapa buscada.
RITOS DE PASSAGEM, A SACRALIZAÇÃO DAS INICIAÇÕES DA VIDA.
Reconhecer em seu sentido consciente e internizar aquilo que a vida nos ensinou é o que busca tais ritos de passagem, os Sabbaths também são ritos de passagens assim como os Esbbaths. Porém dieferente desses ritos que carregam mudanças e etapadas do mundo natural e espiritual que também sofremos e vivenciamos, os ritos de passagem wiccannos correspondem a uma ordem de passagem social. Nos ligando a um determinado grupo e conceito atingido. Um exemplo atual e conhecido são os famosos aniversários de 15 anos das garotas que são apresentadas a sociedade. Isso em tribos primitivas é uma forma de apresentar a sociedade toda como reconhecimento da mesma que tal garota atingiu uma maturidade e pode conceber um filho ou uma atividade sexual fértil. Isso não só ajuda a garota a estar agora dentro de um grupo e um Universo novo como a ajuda a reconhecer esse universo, pois dentro do rito existem símbolos que a ajudam a trabalhar e a preparar em nível do psique tais conceitos que agora ela tera de incorporar a sua vida. Exatamente, nós bruxos pretendemos e resgatamos em nossos Ritos de Passagem que celebram essas etapas sociais que nos ajudam a reconhecer papéis nos quais estamos reconhecendo e vivenciando em nossas vidas. São os Ritos de Passagem: Unção
Esse é o nosso batismo. O batismo dentro da Wicca é uma forma de sacralizar o nascimento de um espírito em sua caminhada na vida terrena. Como se estivéssemos dando boas vindas ao ser. Dons são concedidos ao recém nascido, como beleza, intuição e assim por diante. Assim como proteção. No entanto tais batismos não tem o intuíto de tornar ele ou ela um bruxo, mas sim de sacralizar tal nascimento. Ele é realizado nos primeiros dias da criança na vida terrena.
Wiccaning
O wiccaning assemelha-se ao rito de unção, porém é feito na lua cheia seguinte ao nascimento da criança. Onde ela é apresentada a fim de protege-la de perigos físicos e espirituais ao panteão de deuses que a família segue, a Deusa e ao Deus em si. Como ela ganha também dois padrinhos nos quais serão seus tutores tanto quanto os pais biológicos. Mas esse rito não compromete a criança para a bruxaria, isso ela escolherá com mais idade. Ritos de Puberdade, Menarca.
Esse é um rito de passagem quando a menina tem sua primeira menstruação como também o rito de passagem do menino que chega aos seus 13/14 anos quando começa a se desenvolver como homem. Tal rito, como em tribos primitivas, é a marca do menino ou da menina na sociedade como tal, abondonando seu lado mais infantíl e reconhecendo o caminho que vai seguir. Esse também pode ser um momento que muitos fazem sua Dedicação ao caminho caso seja de livre escolha, mas isso não é uma regra! Handfasting
Em determinado momento saímos de casa e juntamos com alguém, tal ato é muito sério na bruxaria e também não em si uma regra. Casar-se para um bruxo é um ato espiritual e de grande importância. Para nós é quando duas pessoas decidem-se tornarem-se uma só, independente de gênero sexual ou sexualidade, é a união de dois seres em nome do amor. Eis então que esse é o rito que celebra tal cerimônia, que é um casamento a moda bruxa. Não precisa ser necessariamente um bruxo para casar-se a moda wicca. No entanto é uma opção para pagãos e espiritualistas que não se sentem a vontade com outras religiões. Mas saber pelos mesmos que todo o corpo litúrgico deste rito esta embasado em nossa visão de mundo e crenças.
Handparting
A bruxaria não exige fixalidade no casamento eternamente. Nossa crença celebra o amor e o respeito, a liberdade acima de tudo. Ou seja, quando dois casais querem se separar depois de terem casado fazemos esse rito que é uma espécie de despedida, onde ambos assumem como adultos o por que querem se separar, e sem crise cada um vai para o seu lado. Tanto que o Handfasting é uma celebração ciclica que deve ser renovada a cada um ano e um dia, ou não, pelos parceiros para reafirmar seus votos. Lembrando que o casamento também é uma sociedade e pode estar sujeito a tudo! Croning
Quando a mulher chega a menopausa dizemos que ela chegou ao seu momento de anciã, de seu ápice de sabedoria e acumulo de experiências. Eis que esse é o rito que celebra a maturidade máxima dos mistérios femininos. Saging
Como nós, homens, não menstruamos nosso rito de maturidade como das mulheres ocorre aos 65 anos mais ou menos. Quando reconhecemos que nossa fertilidade fálica foi embora e assumimos papéis mais profundos e sábios dentro dos mistérios masculinos. Réquiem
Eis então que chegamos ao final de nossa jornada, a morte encerra um ciclo e abre outro. O ritual de requiem celebra isso e é o nosso funeral. Onde fazemos o nosso rito a moda pagã, agradecendo e despedindo do falecido e pedindo para que os Deuses o recebam no outro lado do véu. Pedindo amparo e conforto, dependendo de como a pessoa via a morte. É o pedido para a abertura do Portal para a Terra de Verão. Após isso, na lua cheia seguinte ao falecimento nós honramos através de contos e causos sobre a pessoa que faleceu para celebrarmos. Também é o momento que a sacralizamos como ancestral da família e pedimos que retorne no mesmo tempo e lugar que seus entes queridos.
OS MISTÉRIOS INICIÁTICOS
A bruxaria wicca possui um caráter iniciático assim como muitos caminhos mágickos religiosos. Esses ritos de passagem são rituais que marcam etapas atingidas daqueles que decidiram abraçar os mistérios da magia e da bruxaria, a esses ritos chamamos de Iniciações que demonstra um caráter de reconhecimento de sabedoria e dons adiquiridos, como poder interno. Tais ritos tem um caráter mais fixos em tradições coventículas e não possui em si uma importância maior para quem decidiu abraçar um caminho de auto-iniciação e a vida solitária. Muito embora a entrada formal na Arte, é um excelente caminho para aqueles que buscam com seriedade os antigos mistérios e se sentem perdidos em trabalhar solitariamente. Eis que são as Iniciações:
Dedicação.
O ritual de dedicação é um rito que possui um caráter de entrada nos mistérios. Dentro de um coven é o momento em que o recém chegado assumi seu papel de buscador dos mistérios durante um ano e um dia, ou mais. Para poder se iniciar. Até então esse é um momento de busca e nada é certo, a busca em si demonstrara ao neófito se deseja mesmo prosseguir. Esse é um momento que ele/ela pede proteçãoe orientação aos Deuses da tradição buscada afim de receber ajuda e conhecimento. Juramentos podem ser feitos, dependendo da tradição escolhida. Assim como votos de segredos dos mistérios aprendidos gradualmente.
Iniciação do Primeiro Grau.
Essa é a iniciação quando o adpeto assumi a vida como bruxo e sacerdote, pois adiquiriu treinamento para determinado grau. Ele já conhece os mistérios básicos da Arte e seus rituais, assim como pode executar determinadas funções antes renegadas dentro de um coven ou tradição. Iniciação do Segundo Grau.
A iniciação do segundo grau marca a etapa de conhecimento interno do bruxo como sacerdote. Nesse momento os mistérios da tradição são mais abrangentes e ficam mais claros para ele. É o momento que ele pode realizar cerimônias mais sérias e profundas e facilitar os rituais para um mais jovem que ele no caminho. Iniciação do Terceiro Grau.
Compreende-mos essa como uma etapa final do caminho inciático em si. Quando um bruxo atingi sua sabedoria e todos os mistérios do coven ou da tradição já não é mais velados a ele. Assim como os mistérios internos, esse é um grande momento de sabedoria interna. É também quando ele/ela se torna alto-sacerdote/tisa para poder agora dirigir o ritual assim como treinamento e iniciações dos demais. Como também tem a capacidade criar um novo coven a partir do conhecimento adiquirido. Élder da Tradição.
Essa é uma etapa significativa e que encerra em si os ciclos inciáticos de um coven ou tradição. Atingir um título de élder é o mesmo que atingir um doutorado por exemplo. Ele não so confere o título e a sabedoria necessaria para ensinar como também proteger os mistérios da Arte a que se comprometeu em toda a sua jornada. Agora ele também tem a opção de trabalhar inciações e buscas mais particulares de sua alma. OS SABBÁTHS E ESBBÁTHS
Agora entramos em outra etapa de ritos de passage, na qual nós bruxos celebramos e vivenciamos o caráter de transições do mundo natural e espiritual. Cada Sabbáth trás em si um correlação com um Esbbáth que estão de acordo com as estações do ano e sua simbologia e suas forças naturais. Tais ritos possuem aspectos profundos e internos, e marcam também nossas mudanças ocorridas em nossa vida anualmente. É também uma forma de demarcação de tempo, o tempo dos bruxos. Na era pré-cristã esses rituais possuiam um caráter social e afetava diretamente a todos e seu modo de vida, pois celebravam as mudanças ocorridas nas plantações e na vida animal. Vendo neles o ciclo de nascimento, vida, decadência (colheita) e morte/renascimento. As estações e suas celebrações são diferentes para nós aqui do hemisfério sul, pois aqui enquanto é inverno no hemisfério norte sera verão, e assim por diante. No entanto muitos bruxos se fixam a datas e simbologias das mesmas e não celebram a roda de acordo com o seu hemisfério. Mas essa é uma discussão profunda, merecendo créditos para um post posterior. Eis que são esses os Sabbáths e Esbbáths, que marcam as mudanças solares e lunares da vida e da Deusa. As datas de ambos estão de acordo com o nosso hemisfério.
Sabbáths Samhain 30 de Abril/ 1 de Maio: Marca o nosso ano novo, momento de renascimento em todos os sentidos. Celebração dos mistérios do outro mundo, celebração e honra aos mistérios pós morte. Celebração aos ancestrais. Yule, 20/21 de Junho: Marca o nascimento da luz, como Deus Solar. Congruente ao Natal. Celebração da luz que renasce do ventre escuro da Deusa. Assim como os mistérios da escuridão do inverno. Imbolc, 2 de Agosto: Momento de ascenção lenta da luz, o prevalecimento da luminosidade do sol assim como o meio do inverno. Momento de purificação e símbolo do frio que começa a se esvair. Esse é um momento também onde bruxos são inciados na Arte. Ostara, 21/22 de Setembro: Celebração a chegada da primavera. Momento de descobertas da fertilidade e do renascimento e ascenção certa da luz. Beltane, 31 de Outubro: Momento de união sexual, ápice da fertilidade e sua geração para a vida. União simbólica e literal dos casais divinos, como Deusa e Deus. Litha, 20/ 21 de Dezembro: Celebração da fertilização da semente, dos campos e do ápice da luminosidade e calor solar. Momento de grandes responsabilidades e prazeres. Lammas, 2 de Fevereiro: Primeira colheita dos aspectos fertilizados da terra. Momento do reconhecimento da decadência certa do sol. Dia de ação de graças. Mabom, 20/ 21 de Março: Celebração da segunda colheita como sacrificio voluntário do Deus Sol. Mistérios da morte e da faceta ceifeira da Deusa. Momento de grande reflexão de todas as atitudes buscadas e concluídas até então. Término do ciclo solar do reino da vida para o reino da morte. Esbbáths
Os ritos de lua cheia, Esbbáths possuem relações com o cíclo solar dos Sabbáths, só que possuem um caráter mais magistico e energético de tais mudanças. Assim como possuem os apesctos mais internos de cada mudança. Seus símbolos estão de acordo com a estação deste hemisfério.
LUA DA NEVE – MAIO
Remover toda negatividade e fortalecer a comunicação com a Deusa, os Espíritos Ancestrais e Guardião. Este é um momento de reafirmar seus votos, como também um momento de portais abertos e reinos espirituais acessíveis aos reinos internos, é um tempo de purificação em todos os sentidos.
LUA DO CARVALHO – JUNHO
Manter seus princípios e convicções. Estender sua cordialidade aos amigos e familiares e dar boas-vindas a novos inícios. Este é um momento de gratidão ao que virá, por isso é um momento de pedir compreensão e paciência e força para recomeçar tarefas. Recolhimento de energias e início projetos e investimentos.
LUA DO LOBO – JULHO
Tempo de novos inícios, proteção e inversão de encantamentos. Liberar o passado e aceitar os eventos do ano que começa. Desapegar-se de coisas indesejadas e desnecessárias.
LUA DA TEMPESTADE – AGOSTO
Tempo para crescimento e cura, assim como auto perdão e aceitação de ações passadas. Descobrir o novo potencial, é uma lua excelente para iniciações de dedicações.
LUA DA SEMENTE – SETEMBRO
Nutrir novos desejos e novos inícios. Ver a verdade em sua vida e determinar as necessidades espirituais que deseja expandir. Reverter a pobreza no mundo material e no mundo espiritual.
LUA DA DÍADE – OUTUBRO
Melhorar sua intuição e criatividade por meio de contato com os mundos do espírito. Este é um tempo de limpeza e purificação, e para ver a harmonia interagindo em todas as coisas. Também a lua dedicada a busca de amor e do prazer.
LUA DA LEBRE – NOVEMBRO
Instilar auto confiança e senso de responsabilidade. Trabalhar encantamentos para controlar ou aumentar seu bem estar espiritual e emocional. Esse é um ótimo momento de assumir grande cargos, como também é um momento de refletir para adquirir grandes poderes em todos os tipos de trabalho.
LUA DO HIDROMEL – DEZEMBRO
Assumir responsabilidade pelos acontecimentos presentes e recompensar-se por ações e realizações positivas. Procurar inspiração e orientação da Deusa, por meio de meditação.
LUA DO MOSTO – JANEIRO
Planejar e meditar sobre a realização de suas metas, em nível espiritual, emocional e físico. Preparar-se para o sucesso. Este deve ser também um momento de relaxamento e êxtase, em busca dos mistérios através do lazer e alegria.
LUA DO MILHO – FEVEREIRO
Preservar o que conseguiu e preparar-se para colher as recompensas de seus esforços. Este é um momento de colheita e de apreço por todas as coisas, tanto espirituais como materiais.
LUA DA COLHEITA – MARÇO
Realizar suas metas e rejubilar-se com isso. Limpar os entulhos emocionais, espirituais, mentais ou físicos de sua vida. Agora é o momento de colher e aceitar suas recompensas. Um momento de reverência a morte como força mantenedora da vida. Como uma face da Deusa.
LUA DO SANGUE – ABRIL
Este é um tempo de gratidão e de libertação do passado. Honrar as coisas em todos os reinos, particularmente os animais que deram a vida para sustentar e manter a sua, pedir-lhes compreensão naquele sacrifício. É o momento da lua nos ancestrais, para que desta forma você agradeça-os pelo ano que passou, também é um momento de gratidão e lembranças daqueles que se foram antes, tanto os animais como pessoas queridas.
SACRALIZANDO O DIA-A-DIA
Cada momento de nosso cotidiano é sagrado pelo simples fato que nos compõe. Por tanto é importante sacralizarmos esses momento de modo que fazemos desses pequenos ritos um hábito benéfico e poderoso.
Desde o acordar até a hora de dormir. Veja o exemplo:
Acordar:
Cada um possui em seu relógio biológico o seu momento de acordar, quando acordar agradeça através de uma dança, um gesto ou uma invocação a mais um dia que virá pela frente. Agradecendo e desejando coisas boas.
Dejejum:
Quando for tomar seu café da manhã agradeça pelo alimento que vai nutrir seu corpo as primeiras atividades do dia. Mostre-se honroso e procure não desperdiçar. Invoque a Deusa e a agradeça por isso. Ofereça uma libação se quiser.
No trabalho:
Agradeça o local de trabalho quando estiver lá ou quando estiver indo, agradeça o fato de poder ter um ganha pão e de isso unir você ao mundo físico. Mostrando para si mesmo como pode ser útil a si e a todos a sua volta. Invoque Deuses que lidam com o meso trabalho que você.
Almoço:
Realize do mesmo jeito o gesto que fez no café da manhã.
Descanso:
Quando voltar do trabalho, conceda a si mesmo um momento de prazer e descanso. Mostre reverência a esse momento, invocando e agradecendo a si mesmo e a Deusa por ter concluído tal tarefa e poder regozijar em olhar tudo terminado.
Banho:
Quando for tomar banho faça-o com todo carinho e respeito, sinta o seu corpo e a água. Peça e agradeça a água por purificar o seu corpo material e espiritual, imagine-se em uma cachoeira a luz da lua cheia ou do sol. Procure se sentir bem.
Dormir:
Na hora de adormecer, agradeça a todo o que passou no dia. Peça a Deusa e aos Ancestrais que guiem seu espírito a suas moradas de luz e saber, para que acorde no dia seguinte renovado e pleno para uma nova jornada no dia seguinte, celebrando dessa forma o renascimento diário.
Outros momentos:
O Lazer:
Celebre isso com imensa alegria, reverenciando e reconhecendo as facetas do sagrado de acordo com sua forma de lazer. Se é um esporte chame por Deuses atléticos, se for festa invoque Díonisio por exemplo.
Sexo:
Tente fazer desse momento, mesmo que seja consigo mesmo, um momento no qual você tem um contacto mais íntimo com o seu corpo e do parceiro. Faça desse ato um ato de mistério e poder. Celebrem um ao outro, invoque os Deuses do amor e do sexo. Sintam-se plenos com isso.
CONCLUSÃO
Bom pessoal, com isso demonstrei que não precisamos deixar nossos corpos físicos, nossos atos sociais e vida cotidiana para celebrarmos os mistérios da magia e da espiritualidade. Mostrando assim a nós mesmos que todos os atos de amor e prazer são rituais a Ela, a Deusa. Sinta a cada dia que passa, a cada momento como sagrado e verdadeiramente estara sendo espiritual honrando todos os aspectos de sua vida. Cante, festeje, faça música e amor tudo em amor a Ela, que é a vida e tudo o que há compõe.
Bençãos eternas!
Dyonisio Bacante.
Deixo agora aqui para vocês terem uma noção e poder viajar mais nesse universo de sacralização e ritos de passagem vídeos que mostrem determinados rituais. Aproveitem.
Handfasting
Rito de Beltane
Rito de Iniciação
É isso ai galera, esses vídeos são exemplos e não modelos de rituais, sendo que eles variam de tradição para tradição. São apenas para vocês terem uma noção de como funcionam.
Nossas vidas é movidas por momentos e seus ápices, e cada um desses momentos é contados pelo cotidiano. Uma gota lenta diária de cada dia, enchendo no nosso Cálice da Vida, preenchendo nosso Caldeirão interno. Até que em certo momento saboreamos daquela água, vinho ou suco precioso. E descobrimos o sabor daquilo tudo. De-repente tudo se faz compreensivo, de-repente tudo se renova em nosso interior e descobrimos aquilo que buscamos. É um momento atemporal, entre um cíclo e outro não existe tempo e nem espaço apenas a contemplação do que se buscou ou do que se deixou passar. Todo cíclo é uma marca no tempo como é também uma marca da alma. O momento em si não diz nada, ele é apenas um espelho momentâneo no qual podemos refletir por um breve período de temp que nos parece eterno aquilo que é de fato a vida! A vida é a experiência de estar vivo. Nesse tempo de cíclo devemos repensar tudo aquilo que nos faz ser momentâneos e como tal compreensão de nós mesmos extende nossos corações a um sentimento divino no qual transporta-nos para fora, para longe de qualquer coisa. Mas uma coisa esse momento nos faz. Ele nos leva de volta a nós mesmos. Não podemos esperar que somente um cíclo altere as coisas por si só. O ciclo é apenas uma marca, uma imagem, um sentimento no qual se não estiver conectados de nada valerá. Precisamos experienciar aquele momento para compreender a importância do cíclo. A morte se faz necessária. Para muitos a morte é estranha, diferente de tudo o que se é. Mas a morte é constante e eterno movimento. É ela e por ela que o jogo da dança do momento pode ocorrer. Através da Morte a dança infinita acontece. A cada despedida morremos, a cada amor partido nos morremos, a cada segundo passado se morre o presente e se nasce o futuro. Assim são os cíclos e assim nos refazemos!