Aos iniciados nos antigos mistérios, era ensinado a dizer: Eu sou filho da Terra e do Céus Estrelados, e não há Parte Minha que não seja dos Deuses.
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Magia Real X Magia do Cinema
A magia, feitiçaria e a bruxaria sempre foi alvo de um mistério que mesmo muitas vezes revelado mostra-se insondável. Se traçarmos uma linha do tempo em nossa atual época até as épocas remotas em que a magia fazia parte do cotidiano das tribos nômades. Veremos o quão o conceito daquilo que é estranho e diferente cai por terra, já que a magia para eles era um processo natural. Assim como vento, a chuva, as estações a magia fazia parte das forças da natureza e o xamã como bruxo ou mago poderia contralar suas forças.
Tais povos antigos dependiam muito de seu próprio instinto interno e confiar nas técnicas mágickas era até uma questão de sobrevivência, a magia sempre foi uma técnologia a serviço da humanidade. Porém nem sempre foi assim, quando chegou-se na Idade Média uma grande onda de barbarismo cultural lavou a Europa com conceitos errôneos da magia. Então ela começou a ser pintada como algo maligno, destrutivo e sobrenatural. Não que os povos pagãos, como gregos e romanos por exemplo, não a vião como tal. Sim, muitos até desses povos possuiam leis de como utilizar a magia dentro de um contexto social. Mas é claro que sempre houve aqueles que burlavam tais leis e usavam seu poder como queriam. No entanto ela não era algo demoníaco ou sobrenatural. Fazia parte do dia a dia, o ato de cozinhar era mágicko e sagrado para todos, como exemplo!
Este é um exemplo de magia nos tempos das cavernas. O búfalo desenhado por algum xamã era um símbolo de magia simpática afim de se conectar com a manada para ajudar na caça. Uma prova de que a magia era usada no dia a dia e para manter a sobrevivência das tribos.
Creio que foi nesse dado ponto da história que a magia por ser considerada crime em tudo é que se começou a criar lendas sobre ela. Nós, bruxos e magos eramos apontados como possuídores de poderes miraculosos, voar, ficar invisível…E a lista se estende sem fim. Obviamente que isso era uma tática política, até por que era mais fácil dizer a sociedade por que se mataria um bruxo ou feiticeira. Já que ela possuia poderes que poderiam ferir a todos. Isso também era uma contradição religiosa que deveria ser apagada o mais rápido possível, já que a fé cristã estava em ascenssão ao seu poder máximo. E qualquer coisa que contraria-se tais dogmas era uma ameaça. Pois para uma feiticeira era fácil conseguir coisas através de sua arte ou dominar alguém. E isso de certo modo exlcuia o poder divino do Deus Pai todo poderoso. Sendo assim demonizaram uma coisa natural e a transformarão em algo tão fantástico e surreal quanto um mundo feito por sonhos.
É claro que a fantasia e a imaginação são pontos importantes, já que podem agregar um valor simbólico a um mito e a uma verdade. Só que isso não foi sempre assim, os valores e simbolos tornaram-se reais, e isso é um grande perigo. A metáfora so serve quando pode explicar algo interno usando de comparações simbólicas externas, caso essa balança se altere gera caos.
Aqui é uma gravura da época da inquisição de como as pessoas enxergavam a prática da magia e como ela foi demonizada por conceitos cristãos.
Com a ajuda do cinema, a “magia” como algo sobrenatural e fantástico ganhou seus poderes e imagens. Sim, a “magia” do cinema precisa de imagens para ser vendida. Imagine pessoas indo ao cinema e ter que assistir a um filme que mostre todo o traçar de um círculo ritual e não ver efeito visual nenhum além da ritualística? E esperando que o efeito do feitiço acontecesse de maneira tão sutil, ou não, a ponto de tentarem entender. Por isso deve-se o uso das explosões de luz, varinhas, voos em vassouras e lugares tão fantásticos que cada vez mais se distanciam da real magia. Mas é claro que gostamos, isso é bom, mas só é bom enquanto exista no limite do cinema ou de sua televisão. Tentar trazer isso para o real é pura ilusão, mas isso é frequentemente visto por neófitos no caminho da Magia a querer tais coisas. Até eu em meu início fui um deles, mas aprendi que a ilusão e a magia são armadilhas perigosas quando trabalhadas juntas. Levando alguém a loucura total ou até mesmo a descrença em tudo. Simplesmente por que ela pode se mostrar como é ao brincalhão ou pode simplesmente deixa-lo na mão e fazer de tudo aquilo um mero teatro para o ego! E isso é muito perigoso. Pelo fato de que a magia meche com nossa parte neurológica, com nosso pisque profundo. Ela altera o padrão de ver o mundo, isso pode ser comparado a metáfora do mundo mágicko do Harry Potter que somentes os bruxos podem ver. Isso em um ambito de realidade é verdade, só aqueles que “abriram” seus olhos podem enxergar por trás do véu. Mas esse enxergar é muito subjetivo e interno. Não é ver um castelo de Hogwarts e nem atravessar plataformas 9 1/2. Compreende?!
Em tratados de magia antigos, como em alguns livros qu citei aqui, Formulário de Alta Magia e Dogam e Ritual de Alta Magia. Carregam expressões de realizações no campo da magia em coisas paupáveis, de levitação, transformação e invisibilidade. Isso existe? Sim, existe! Desta maneira como de Harry Potter? Não, mas de uma maneira bem profunda e diferente. E é ai que devemos tomar cuidado. Quando se começa um treinamento na magia, e não na bruxaria que são algo completamente diferente pelo fato de que, a magia é uma ciência que trabalha a prática das forças invisíveis e como aplica-las junto ao seu dom interno de vontade. A bruxaria é uma religião pagã que trabalha a magia como Ofício do Bruxo, por tanto um bruxo é tanto sacerdote como um feiticeiro. No entanto a magia lida com forças espirituais. Mas as vê como forças não ligadas a nós de uma maneira mais afetiva ou sentimental. A magia não é um sacerdócio e sim uma Arte e uma Ciência Espiritual! Por isso devemos tomar cuidado quando se começa um treinamento na magia, as forças trabalhadas começam de dentro para fora. Não hávera luzes, explosões e vôos em vassouras. Mas as vezes, mas só as vezes acontecem efeitos físicos. Como chamas de velas que mudam de cor e aumentam de tamanho. Objetos que se movem, coisas que surgem imagens e etc. Mas isso é quase que raro. Um bruxo ou mago bem treinado consegue ver como estão ocorrendo as energias a sua volta pelo olho espiritual ou pela sua mente. E para aqueles que tem tais dons conseguem ver as luzes, as formas que se assemelham muito com as do Harry Potter por exemplo ou de Charmed. Mas isso dentro da vibração mundo físico é sentido de maneira interna e externa através dos cinco sentidos. Sendo que, um bruxo ou mago treinado percebe isso muito rapidamente pois obteve por meio de treinamento tal habilidade. Por tanto não se vai comprarar uma varinha no Olivaras e fazer as coisas acontecerem. O Harry Potter e os outros filmes que lidam com a magia e a bruxaria até, nada mais são do que metáforas para contar a verdade sobre nós. Mas tudo deve ser filtrado e lidado com cuidado.
Exemplo de como a magia é vista pela sociedade contemporânea. Note que não mudou muito da visão medieval, no entanto ela não é vista como algo demoníaco.
Acho esse um tema importante para ser abordado por que vejo muitos me perguntarem sobre isso e até jovens que estão iniciando nesse mundo confusos. Amo Harry Potter, mas sei o que é e o que não é, e ai que mora o fantástico. A magia deve ser buscada de maneira interna de modo que deva agregar valor em sua busca espiritual, ela é um instrumento a serviço de todos mas nem todos estarão em seu serviço.
Exemplo de como a energia mágicka é vista no campo astral, lembrando a metáfora das explosões de varinha de Harry Potter.
Por tanto aqueles que a buscam com verdade e sinceridade descobrem literalmente o fantástico mundo que há por trás do mundo.
Texto elaborado através da Introdução do livro: Manual Prático de Magia Ritual, Dolores Ashcroft e Nowicki, Ed. Siciliano.
Dyonisio Bacante.
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